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29
mar
2016
A sustentabilidade do transporte na Europa e a logística colaborativa
Economy

O futuro da logística e mesmo a sustentabilidade das cadeias de abastecimento vão passar obrigatoriamente por fazer mais logística com menos recursos. E para que isso seja possível será necessário desenvolver e adotar novas práticas de logística colaborativa.

Neste momento, na Europa, um em cada quarto camiões ou veículos de distribuição circulam vazios. E aqueles que efetivamente transportam algo circulam apenas parcialmente ocupados.

A taxa média de ocupação de camiões é de aproximadamente 52 por cento, o que traduz um grande desperdício de recursos e dinheiro e um peso extra para a sociedade em termos ambientais. Esta situação é ainda mais problemática nas cidades. Por exemplo, Londres apresenta uma taxa média de ocupação nos veículos de distribuição a rondar os 38 por cento.

Para a economia e sociedade Europeia, o desperdício associado a esta situação foi estimado em cerca de 160 mil milhões de euros anuais. Existem, no entanto, soluções de logística colaborativa multi-carregador e multi-operador, com expressão na Europa e desenvolvidas 100 por cento em Portugal.

 


Que tipo de solução daria resposta a esta questão?
Acima de tudo é necessário criar condições de articulação entre os vários intervenientes na cadeia logística, e recorrer, inevitavelmente, à utilização de complexos sistemas de informação que permitem a gestão inteligente do transporte, de acordo com a receção das mercadorias e respectivo tratamento mediante a sua proveniência, tipo e destino final. Apenas com recurso a sistemas de cross-docking com otimização de carga, diz-nos a experiência, que é exequível a otimização da taxa de ocupação dos veículos para cerca de 90 por cento da sua capacidade total. O tipo de soluções esquematizadas na ilustração “como é possível?” reforçam a importância que os processos de cross-docking têm na cadeia logística (num ambiente multi-carregador e multi-operador) para adiar a criação de ordens até ao ponto mais próximo do destinatário final.

De um modo sucinto, este ganho de eficiência e capacidade de carga nos veículos, consegue-se através da reunião de variadíssimas regras de negócio, mas também devido ao adiamento da consolidação da carga, apenas no ponto mais próximo possível do cliente final.

 


Ou seja, ao invés dos Fornecedores enviarem para os Centros Logísticos os camiões com carga de um único cliente, fazendo com que muitas vezes, pelos motivos sobejamente conhecidos, não seja possível otimizar a capacidade de carga dos veículos, estes poderão ser encaminhados para os Centros Logísticos mais próximos ou convenientes, onde ocorre a desconsolidação, ordenamento (Mix) e reenvio da carga, que reúne determinadas caraterísticas, para o Centro Logístico seguinte (Move).

Por sua vez, esta Plataforma (mais próxima do cliente ou a mais conveniente) irá fazer novamente uma desconsolidação e posterior consolidação da carga que vai chegando, proveniente de diversas localizações, onde, com recurso a sofisticados algoritmos e sistemas de análise multicritério, irá dar-se o processo de planeamento e reordenamento da mercadoria mediante um conjunto de condições definidas pela Plataforma Logística (Match).

Finalmente, conforme as regras estabelecidas, a mercadoria seguirá para o cliente final ou para um novo Centro Logístico. Desta forma, torna-se possível a otimização da capacidade dos veículos e consequentemente reduzir custos não só ao nível de combustível e recursos humanos, como também ao nível das emissões dos gases poluentes.


Benefícios dos sistemas de cross-docking com otimização de carga
De acordo com a 3M e DHL Europa, este tipo de soluções de cross-docking melhoraram muito substancialmente a eficiência do processo logístico onde, em ambas as empresas, as taxas duplicaram! No caso das operações Europeias da 3M, permitiu diminuir os custos de transporte em cerca de 35 por cento e a pegada de carbono em aproximadamente 50 por cento.

De acordo com a experiência dos utilizadores de soluções de cross-docking com otimização de carga, foram obtidos ganhos consideráveis, tais como:
• Redução até 35 por cento em custos logísticos tanto para o Carregadores como para os Operadores Logísticos, em resultado da melhor utilização dos Recursos;
• Redução até 50 por cento das emissões de gases poluentes;
• Otimização da taxa de ocupação dos veículos a rondar os 90 por cento;
• Aumento da precisão das entregas realizadas;
• Aumento de transparência ao longo de toda a cadeia logística, que proporciona uma justa redistribuição dos custos e receitas pelos vários intervenientes;
• Maior controlo sobre a cadeia de abastecimento;
• Uniformização dos processos logísticos resultando no aumento da qualidade do serviço prestado;
• Redução de lead times.





fonte: www.transportesemrevista.com

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