O Produto Interno Bruto de Angola deverá crescer este ano a uma taxa de 4,5% e abrandar para 3,9% em 2016, depois de em 2014 ter crescido 4,2%, de acordo com as previsões incluídas no World Economic Outlook, relatório terça-feira divulgado em Washington.
O relatório do FMI apresenta um conjunto de indicadores e previsões sobre Angola, nomeadamente de que a taxa de inflação deverá aumentar este ano e no próximo, passando de 7,3% em 2014 para 8,4% este ano e 8,5% no ano seguinte.
A queda do preço do barril desde o Verão passado tem tornado evidente a excessiva dependência da economia angolana do petróleo, responsável por mais de 95% das exportações do país e por 70% da receita fiscal em 2014, percentagem que este ano vai reduzir-se para 36,5%.
O buraco nas contas públicas angolanas, devido à forte quebra das receitas petrolíferas, está agora avaliado em 806,5 mil milhões de kwanzas (7,35 mil milhões de dólares), obrigando a novas necessidades de financiamento, quando está em curso uma negociação do governo com o Banco Mundial para a obtenção de um empréstimo de 500 milhões de dólares.
Angola já garantiu empréstimos de 500 milhões de euros dos espanhóis do Banco Bilbao Viscaya Argentaria e de 250 milhões de dólares do norte-americano Goldman Sachs e igual montante do fundo britânico Gemcorp Capital.
Além destes, Angola aprovou em Agosto a contracção de um empréstimo de 1500 milhões de dólares junto do banco russo VTB Capital PLC.
Soma-se, já este mês, um empréstimo de 123,7 milhões de dólares do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para financiar um projecto de abastecimento de água e saneamento básico em Angola e o banco sul-africano Rand Merchant Bank (RMB) vai financiar a reconstrução de duas estradas nacionais angolanas com 216 milhões de dólares.