As exportações dispararam 13%. Neste caso o 13 é o número da sorte e não do azar. Começamos finalmente a ficar um bocadinho mais convencidos de que estamos numa rampa de lançamento da economia e de que o crescimento já não está só assente no turismo e ainda bem! Nada devemos ter contra o turismo, mas é bom ver começar a diversificar e não a colocar todos os ovos no mesmo cesto.
Há seis anos que não vendíamos tantas mercadorias para o estrangeiro e soubemos reinventar-nos, ou seja, depois da desaceleração dos chamados "mercados da saudade", partimos à procura de novos rumos, com destaque para a América Latina, os Estados Unidos e até a Ásia. Aprendemos - e como é hábito pelas piores razões, a crise - que o mundo é a nossa casa e não são apenas os mercados de língua oficial portuguesa que escolhem, valorizam e compram os produtos made in Portugal.
Os valores faturados em exportações aumentaram 13,3% nos primeiros cinco meses de 2017 face a igual período do ano passado, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).Menos positivas estão as importações, que continuam a subir. Segundo a mesma fonte, o INE, há registo de um forte crescimento das importações. Nos meses de janeiro até maio subiram 16,3%, ou seja, cresceram ao ritmo mais acentuado em 17 anos, provocando uma degradação de 31% no saldo comercial de mercadorias.
Já os serviços continuam a ter um saldo positivo para Portugal, sobretudo graças ao turismo que, a olhos vistos, cresce todos os dias. Nas ruas, nos restaurantes, nos monumentos nacionais, nos hotéis, restaurantes e nas praias da costa portuguesa é entusiasmante ver como procuram o país. E já não procuram o Portugal apenas por ser um destino barato e por oferecer sol e praia, mas procuram pela experiência, a história, a cultura, a religião, a gastronomia, os vinhos e tantos outros fatores de atração.
Um crescimento forte ao nível das exportações vem reforçar o já chamado "ponto de viragem" da economia. Depois do registo do crescimento do produto interno bruto, que foi um bom indicador, os números do INE vêm confirmar uma tendência de crescimento - que ainda tem muito por provar - e vêm sobretudo trazer confiança aos investidores, empresários, empreendedores e trabalhadores de que vale a pena acreditar naquilo que Portugal faz bem. Mas sem nunca perder no horizonte que Portugal pode fazer ainda muito melhor.
artigo extraído na integra de www.dn.pt