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26
abr
2016
Transportes de mercadorias e de passageiros acreditam ter gasóleo profissional em todo o país em 2017
Portugal

O encontro dos transportadores rodoviários com o Governo, liderado pelo ministro Eduardo Cabrita, criou a "luz ao fundo do tunel" de terem combustíveis mais baratos em todo o país no próximo ano.

A criação de uma rede fronteiriça de postos de abastecimento de combustíveis que teste, durante seis meses, a venda de gasóleo a preços diferenciados em três concelhos do país, com impostos mais baixos - de forma a aproximar os preços portugueses aos valores praticados em Espanha - foi considerada "positiva" pelos representantes das empresas de transportes rodoviários de mercadorias e de passageiros.

Para as transportadoras em geral - quer os pequenos transportadores, quer os grandes - consideram que "foi a primeira vez que o Governo tomou uma medida concreta" que responde a um problema que afeta a atividade de todo o sector e que até à data não tinha tido soluções práticas". Este é o entendimento dos representantes das associações de transporte de mercadorias, que aguardam que em 2017 seja alargado a todo o país um sistema que introduza o gasóleo profissional, com preços mais baixos.

Do lado das empresas de transporte de passageiros, Luís Cabaço Martins, presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP), admite que o projeto experimental que o Governo quer testar em três concelhos raianos do país "não vai excluir as empresas de transportes de passageiros e, precisamente nesse sentido, falei recentemente com o ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, que entende a posição das empresas deste sector que asseguram transportes internacionais de passageiros".

Além da adoção do "gasóleo profissional para os transportes rodoviários - que inclui igualmente as empresas de transportes públicos de passageiros, como forma de reanimação do sector - o encontro com o Governo teve a virtude de consagrar igualmente o mecanismo de redução do ISP em caso de aumento do preço da venda ao público dos combustíveis, e, ainda, outras medidas de apoio ao sector que ficaram de ser inscritas no próximo Orçamento de Estado para 2017", diz Cabaço Martins.

"É uma luz ao fim do túnel", diz Márcio Lopes, responsável da Associação Nacional de Transportadoras Portuguesas (ANTP), comentando que "este projeto deve arrancar em julho, no mais tardar em agosto, e vai testar até ao fim do ano a quantidade de gasóleo que Portugal consegue captar aos abastecimentos que os camiões nacionais atualmente estão a fazer em Espanha".

"Não será para todos, para já é um começo", diz Márcio Lopes, explicando que "a ideia é alargar, em 2017, este sistema de abastecimentos, com preços mais baixos, aos postos de todo o país, para que as empresas que operam no mercado nacional possam beneficiar de preços dos combustíveis mais competitivos, responsdendo a uma reivindicação já muito antiga de termos o chamado gasóleo profissional".

"Além disso, ficou acordado na reunião que tivémos com o Governo, liderada pelo ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, que vamor ter um desconto, que não foi quantificado, nas portagens das ex-SCUT, o que também é uma medida que reivindicávamos há muito tempo", refere Márcio Lopes.

Na Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), as perspetivas sobre estas medidas são igualmente positivas. Pedro Polónio, gestor da Patinter - uma das maiores transportadoras rodoviárias nacionais - responsável da ANTRAM, explicou ao Expresso que "estas medidas transitórias vão permitir testar o volume de abastecimentos que Portugal consegue recuperar em relação às quantidades de gasóleo que atualmente são abastecidas em Espanha por camiões portugueses".

"É uma medida positiva, que responde, de forma prática, a um problema que o sector vinha sentido, sobretudo as empresas que concorrem com operadores rodoviários estrangeiros que têm acesso a gasóleo com preços significativamente mais baixos, equivalentes a menos de 20 cêntimos por litro, o que inviabiliza competitividade dos transportadores nacionais", refere Pedro Polónio.

Esta media deve entrar em vigor no segundo semestre de 2016 e ainda terá de ser debatida nas instâncias comunitárias europeias, para Portugal poder criar regimes diferenciados. Para as empresas de grande dimensão, como a Patinter, que tem uma frota de 1200 camiões e que abastece gasóleo em Espanha no valor de cerca de 2 milhões de euros por mês, é uma medida que ajudará a trazer para Portugal um elevado consumo de gasóleo, pagando impostos no mercado nacional.

Para os pequenos transportadores, que operam no mercado nacional, no eirxo Lisboa-Porto, "é um motivo de otimismo para aguardar que, em 2017, os preços dos combustíveis para os transportes rodoviários de mercadorias, consigam ser definitivamente mais competitivos em todos os postos de abastecimento do território continental português", diz Marcio Lopes.

Contactado pelo Expresso, o gabinete do ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, remeteu as respostas para o portal do Governo onde foi feito o comunicado sobre a reunião mantida com o sector dos transportes rodoviários.


texto extraído na integra de expresso.sapo.pt/economia

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