News
27
mai
2016
Zona industrial nasce no Nzeto em 2017
Angola

O trabalhado de desminagem está a 70 porcento e, até ao final deste ano, estará terminado – pontualizou o administrador que atribuiu a criação do Ciclo Combinado do Soyo para fornecer energia eléctrica ao Nzeto como factor que impulsionou o surgimento do projecto industrial.  

O Ciclo Combinado do Soyo começa a abastecer o município e outras regiões do país com energia eléctrica em 2017, acrescentando que nos 900 hectares serão instaladas fábricas de materiais gastáveis, água engarrafada, fábricas de transformação de frutas em sumo ou noutros produtos e fábricas de conservação e transformação de peixe.

Jerónimo Timóteo fez referência ao facto de existir uma empresa que pretende fazer a recolha do pescado capturado na província do Zaire, desde o Soyo, Mucula (município do Tomboco) até ao Nzeto, prepará-lo para o colocar no mercado em Luanda e exterior do país, assim como a sua transformação em conservas e farinha.

Adiantou que, além da indústria de pescado, há solicitações de criação de salinas. “Já indicamos áreas adequadas para produção do sal marinho “, referiu.

Indicou haver solicitações de empresas para se instalar no Nzeto e criar fábricas de transformação da laranja em sumo e da mandioca em outros produtos, tais como fuba e farinha, assim como a própria banana.

“Há o projecto de uma empresa alemã que pretende transformar a banana em seca, num processo solar, para a sua exportação”  – adiantou o responsável, que condicionou o arranque de todos projectos à energia eléctrica. “É a maior dificuldade das empresas que querem instalar-se cá”, reforçou.

Há duas semanas, salientou Jerónimo Timóteo, também esteve no Nzeto uma equipa da Comissão Nacional de Carregadores (CNC) para as preliminares da instalação de um centro logístico para servir a ligação Soyo-Mbanza Congo e com a província do Uíge.

Em relação à indústria actual, o Nzeto tem a CoreaAngola, uma empresa que explora rochas para as transformar em produtos como mármore ornamental, mosaicos e pavimentos.

Também há o projecto Agrícola do Nzeto, onde são produzidos fuba de bombo, ovos e ananás. Este é o projecto que mais emprega pessoas no Nzeto, com cerca de 200 pessoas, o que mostra a esperança de que se for ampliado poderá aumentar o número de trabalhadores.



Turismo
O administrador anunciou estar em curso processos de cedência para algumas zonas turísticas, salientado que quase toda zona marítima do Nzeto está solicitada para projectos afins. Adiantou haver um programa de mobilização do empresariado para que invista no turismo no município do Nzeto que tem áreas e condições para este sector económico e de lazer.
   
Para si, não basta ter praias, montanhas ou florestas e determinar ser zona turística. Há necessidade de transformar estas em reais zonas turísticas. Observou que o Nzeto do norte a sul é banhado pelo oceano atlântico e com maravilhas próprias oferecidas pela natureza. Há muita solicitação para a instalação de resorts também, além de uma zona de desenvolvimento turístico.

No entanto, referiu que a oferta em hotelaria e restauração é reduzida na circunscrição, mas crê que vai melhorar, até 2017, com a conclusão das obras de dois hotéis e elevar para mais de 200 camas a capacidade de alojamento no município do Nzeto.

Actualmente, estão à disposição dos viajantes duas unidades hoteleiras com condições razoáveis, num padrão internacional, e outras que servem apenas para facilitar. A capacidade actual de alojamento é de 150 camas.



Reparação da estrada do Kindege
O troço Nzeto-Kindege tem uma configuração de estrada nacional por atingir a província do Uíge pelo município do Bembe, daí a necessidade do seu alargamento e asfaltamento.

“Na verdade a estrada Nzeto-Kindege-Bembe (Uíge) é uma estrada nacional, pelo que o governo provincial endereçou ao Instituto Nacional de Estradas (INEA) a necessidade de se constar nas prioridades do país, para a sua reparação", disse o administrador.

Em sua opinião, com essa estrada asfaltada, quem estiver no município do Bembe, do Songo e mesmo na própria capital do Uíge tem mais facilidades de chegar a outras partes do país.

“Nós já estivemos a fazer um trabalho de levantamento por meio da Direcção Provincial das Obras Públicas e também do INEA, para a reparação dessa estrada. Essa estrada é a nossa maior dor de cabeça por ser de lá que vem a maior parte dos produtos para a sede do município e por as pessoas lá não só terem problemas de escoamento dos produtos, mas também da sua circulação normal”, desabafou


Distribuição de Água
No Nzeto, a capacidade do sistema de captação de água existente desde a época colonial destinada de 500 a 1000 pessoas foi ampliada cinco ou seis vezes mais, mas ainda insuficiente para os 21.173 habitantes actuais (dados do último censo populacional), de acordo com o administrador.

No quadro do projecto de obras integradas, que culminou com a construção da via principal da vila do Nzeto e a sua iluminação, o sistema de água canalizada está em recuperação, com apenas parte da vila a receber este bem.
 
Jerónimo Timóteo afirmou que uma empresa chinesa vai, a qualquer momento, arrancar com a outra parte das obras para maximizar a capacidade de bombeamento de água para a vila do Nzeto.

Ainda há semana passada recebeu uma comissão do Ministério da Energia e Águas para confirmar a presença desta empresa que vai fazer a ampliação do sistema. Apontou que nas comunas de Kindege e Kibala do Norte já funcionam sistemas de captação e distribuição de água à população.

Para a Mussera, recordou que está a ser instalado equipamento para um sistema de dessalinização da água do mar para abastecer mais de cinco mil pessoas e reaproveitar o sal.

“Temos o equipamento no local, estão a ser transportados os últimos equipamentos para iniciar-se a instalação do projecto para cinco mil pessoas. O processo em si não só vai extrair o sal como vai fazer o seu reaproveitamento e ajudar a melhorar os serviços na sede comunal, além de dar emprego a mais pessoas", acrescentou.



Energia Eléctrica
Neste momento, existem quatro geradores, dois de mil kva cada, e dois com capacidade de 800 kva. Os de mil estão avariados e só possui  capacidade para 800 kva. Esta é a principal dificuldade diante das necessidades, admitida pelo responsável.

Disse que o problema estará resolvido em 2017 com a conclusão da instalação do Ciclo Combinado do Soyo, um projecto para fornecer energia a vários pontos do país, juntando-se aos outros projectos em curso como o Laúca, Cambambe, Capanda e Mabubas.

“Para nós, no Nzeto, estamos esperançados que logo que arranque o ciclo combinado possamos ter energia cá, até porque esta é uma zona transitória para Luanda e para Mbanza Congo e acreditamos que iremos superar estas dificuldades todas que temos com a energia eléctrica”, destacou.



Educação
Disse existir 40 escolas, 32 do ensino primário, sete do primeiro ciclo, duas escolas do ensino secundário, mas também com a componente das comunas, onde há salas para atender as comunas, o que permitiu o crescimento dos alunos, com o ensino primário a atingir os 9.796 alunos, o primeiro ciclo a alcançar 3.173, o segundo ciclo mil 784 e a alfabetização 2588, num total de 17.341 alunos.

Em relação a 2015, foi aumentado em quase 50 porcento de alunos, pelo facto de se registar o regresso, desde 2002, das populações que tinham saído do município por causa da guerra. Hoje, dados do censo apontam 44.444 o número de habitantes no Nzeto.

Disse que pensam instalar, até 2017, o ensino superior privado no Nzeto. "Entendemos convidar o privado, já que o estado ainda não está em condições, para que haja o ensino superior no Nzeto, já que, actualmente, os estudantes locais, que terminam o ensino médio, têm de ir ao Nzeto ou ao Soyo para continuarem os seus estudos", reconheceu.
 


Saúde
Para a melhoria do sistema de saúde, o administrador disse existir um projecto de ampliação do hospital municipal para duplicar a capacidade 49 camas actuais.

Segundo o administrador, em função da situação financeira no país, as obras ficaram interrompidas a 70 porcento de execução, mas o edifício está terminado, restando os acabamentos e apetrechamentos que vão acontecer, a breve trecho. Além do hospital, estão em construção três centros.  

Além do hospital, no município do Nzeto, há 12 centros médicos e 14 postos de saúde. Cada comuna possui um centro de saúde e as aldeias um posto de saúde. Adiantou que há dois centros médicos apetrechados e prontos a ser inaugurados. No município, há quatro médicos cubanos, três coreanos, além de quatro angolanos.

Em relação ao atendimento no hospital municipal, o seu director-geral, António Marcelino Tati, disse que entre 250 e 300 pessoas são atendidas na instituição, numa média de 25 pessoas por especialidade e o banco de urgência.
 
O laboratório realiza todo tipo de exames de hospitais deste nível, tais como pesquisa do plasmodium (paludismo), outros exames de sangue, de culturas frescas (fezes e urinas) o que “permite que consigamos ter resultados complementares aos nossos diagnósticos” – afirmou o director.

No hospital realizam-se grandes cirurgias como cesarianas, apendicites, histerectomia (remoção de parte ou da totalidade do útero, por via abdominal ou vaginal), laparotomia exploratória (abertura do abdómen), reparação de hérnias, redução de fracturas e remoção de quistos ovarianos e miomas. Para este tipo de intervenções, há um cirurgião, um ortopedista e dois gineco-obstetras.

A malária é a doença predominante, pelas características do próprio município, onde este ano houve elevadas quedas pluviométricas, aliada ao deficiente saneamento básico junto das residências. Depois seguem-se as doenças diarréicas agudas e as respiratórias.
      
O municipio do Nzeto ocupa uma área de 10.120 quilómetros quadrados e 44 mil 440 habitantes. O Nzeto ocupa uma área semi-árida do litoral angolano no sul da província do Zaíre, limitado a norte, sul, leste, pelos municípios do Tomboco, Ambriz, província do Bengo, Bembe (Uíge) e a oeste pelo Oceano Atlântico.


fonte in www.portalangop.co.ao

< back
Newsletter
Loading