Notícias
10
abr
2019
Transitários enfrentam a transformação digital
Portugal
A transformação digital é difícil, especialmente se falarmos sobre o setor de transitários. Demorou um pouco para envolver a tecnologia nos processos de logística internacional, mas é agora cada vez mais comum ver transitários e plataformas digitais a simplificar ou otimizar os procedimentos da logística internacional. Isto é algo que nenhum negócio na indústria pode evitar, chegou a hora de se adaptar e acompanhar a evolução.
 
As mudanças levam o seu tempo. Ao longo da história da humanidade, podemos encontrar muitos períodos de adaptação antes que grandes mudanças ocorram. Se compararmos a maneira como vivemos hoje com a forma como vivemos no século passado, podemos notar que há uma grande diferença, mas não aconteceu da noite para o dia ou sem esforço. É exatamente isto que trata a evolução.
 
Em 1963, apenas 1% dos países possuíam portos a operar com contentores. Vinte anos depois, em 1983, eles já representavam 90%. Sim, foram necessários vários anos para estabelecer transportes através de contentores, mas, finalmente, a maneira de transportar cargas entre países e continentes foi alterada.
 
Tendo em consideração como a tecnologia tem sido adotada nos últimos cem anos, podemos pensar que foi um tempo algo longo até os contentores dominarem os oceanos. No entanto, com o passar do tempo, a velocidade com que outras tecnologias foram adotadas aumentou cada vez mais rapidamente.
 
Como podemos ver na imagem/gráfico anterior, foram necessários 10 anos para a internet atingir 50% de adesão, enquanto o tablet necessitou de cerca de 5 anos. Desta forma, as taxas de adesão provavelmente continuarão a acelerar com o surgimento de novas tecnologias. Assim, o processo de adesão pode ter sido um pouco lento em comparação com outros setores, mas a transformação digital no mundo transitário está para vir e, certamente, não levará os mesmos 20 anos dos contentores.
 
Se olharmos para o setor de logística internacional, podemos dizer que evoluiu e pretende operar digitalmente. Tem demorado algum tempo e ainda temos a maioria dos serviços de logística feitos manualmente, mas este paradigma vai mudar muito brevemente. Poderemos afirmar que é uma questão de tempo até ter toda a indústria digitalizada.
 
Vejamos o exemplo das agências de viagens. Há tempos atrás, eram consideradas um negócio muito bom uma vez que as pessoas precisavam de ajuda para planear as suas viagens: comprar bilhetes, fazer reservas e tudo o que queriam para suas férias. Como a internet começou a dominar o mundo, as agências lutaram para sobreviver. Hoje, todos nós temos acesso a comprar bilhetes e planear qualquer viagem online. Consequentemente já não há muita necessidade dos serviços das agências de viagens.
 
O que elas fizeram então? Como todos sabem, aquelas que permaneceram a operar de uma forma tradicional provavelmente desapareceram. No entanto, algumas mais inteligentes conseguiram-se adaptar às novas tecnologias e mudaram a sua maneira de operar para se manterem alinhadas com o que o mercado exigia pois sabiam que era a única forma de sobreviver e crescer.
 
Os transitários não irão desaparecer do mercado. A principal diferença ao compará-los com as agências de viagens é que um passageiro pode organizar uma viagem inteira sozinho, mas com os contentores não conseguem fazê-lo uma vez que necessitam de pessoas com experiência e o know-how que a complexidade da logística internacional exige. Porém, poderá haver transitários deixados de lado no mercado devido ao fortalecimento daqueles que se tornam digitais. Hoje os clientes pretendem ter experiências on-line e preferem serviços mais rápidos e atualizados.
 
Como estão os transitários a enfrentar a transformação digital?
 
Hoje, já existem vários Transitários a procurar a melhor maneira de passar pelo processo de transformação digital. Aqui podemos ver algumas das estratégias que estão sendo aplicadas com exemplos para cada uma delas:
 
Desenvolver Transitários digitais e autónomos:
 
A Maersk lançou a Twill Logistics.
Criar equipas internas focadas na transformação digital e até contratar especialistas na área:
 
A AllCargo contratou um ex-funcionário do Paypal para liderar o seu processo de transformação digital.
Apoiar-se ou aliar-se a startups:
 
A CMA CGM criou um fundo de investimento e um programa de aceleração de startups.
A DB Schenker investiu na uShip.
Incluir novos softwares ou ferramentas que simplificam e automatizam seus processos:
 
EuroAtla com Cargofive.
Como referi antes, é apenas uma questão de tempo até que toda esta onda invada a indústria dos Transitários e gere a inevitável e imparável revolução digital. No entanto, isso não acontecerá de um dia para o outro. A transformação digital não é apenas ter as ferramentas, mas também deve haver uma mudança real na metodologia de trabalho e processos e isso leva o seu tempo.
 
Poderá ser um processo lento, mas quando finalmente acontecer, aqueles que permaneceram ligados à metodologia tradicional enfrentarão um momento bastante difícil e lutarão para sobreviver. Assim, você vai esperar a revolução digital e deixá-lo fora do mercado ou vai trabalhar para fazer parte do mercado e desta transformação? Poderá começar por: simplificar a gestão de tarifas, obter itinerários em tempo real, gerar orçamentos rapidamente e ter maior visibilidade de todo o seu negócio.
 
*este artigo foi originalmente publicado na edição 138 da revista LOGÍSTICA&TRANSPORTES HOJE
 
Fonte, Logistica & Transportes Hoje.
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